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sábado, 11 de julho de 2009

Workshop Auto-Conhecimento e Desenvolvimento Pessoal

O OUTRO EU
"Conhece-te a ti mesmo" Sócrates, séc. V a.c

Lisboa, 26de Setembro de 2009.


LOCAL: Policlínica do Areeiro, Av. Guerra Junqueiro, nº 15

Dinamizadora: Maria de Jesus Candeias (Psicóloga Clínica, Psicoterapeuta)


Duração: 6 horas das 9h30 às 17h.

Destinatário: Homens e mulheres com mais de 17 anos.

Preço: 40 Euros (pagamento no acto de inscrição). Desconto de 20% para estudantes

METODOLOGIA: Dinâmicas de Grupo


DATA LIMITE DE INSCRIÇÃO: 25 DE SETEMBRO de 2009

Limitado a 12 participantes.


Informações e Inscrições: Policlínica do Areeiro,

Tel.. 21 843 93 19 (14h às 20);

ou Tlm:96 23 62 861Tlm 91 991 82 25

ou email: jesuscandeias@gmail.com

Objectivos Específicos Workshop:


1. Identificar e exprimir o próprio estado de espírito; tomar consciência das próprias modalidades de reacção às situações.

2. Tomar consciência da postura que se assuma na vida, da capacidade de se expor e das próprias inibições.

3. Observar e tomar consciência dos aspectos positivos e negativos da própria personalidade

4. Analisar medos e receios que condicionam o comportamento e a livre expressão do SER

5. Favorecer a livre expressão dos próprios desejos de mudança; tomar consciência das próprias necessidades e condicionantes.

A Importância do Auto-Conhecimento
Todos nós percorremos um caminho de crescimento pessoal ao longo da vida. Somos o resultado de uma vida repleta de experiências: umas boas outras menos boas, que nos deixam marcam e condicionam a nossa forma de ser, de estar e de nos relacionarmos com os outros.
Certas vivências por serem demasiado dolorosas, são remetidas pela nossa mente para um nível inconsciente, como forma de protecção. Muitas das nossas emoções e sentimentos registam-se a um nível inconsciente.
O auto-conhecimento é a ponte que nos permite aproximar de nós mesmos, do nosso "OUTRO EU", dos nossos medos e sentimentos que, mesmo inconscientes, condicionam, muitas vezes, os nossos comportamentos e atitudes.
O auto-conhecimento é o caminho para nos relacionarmos de uma forma mais genuína com nós próprios e com o mundo exterior. Quanto mais nos conhecermos, melhor percebemos que a nossa vida é consequência do que sentimos e construímos interiormente.
O Desenvolvimento Pessoal é um processo longo e por vezes doloroso e que passa pelo auto-conhecimento, no fundo pela tomada de consciência e aceitação dos processos que ocorrem no nosso interior e que nos permitem alcançar um desejado e merecido estado de Satisfação.
Este crescimento passa pelo desenvolvimento de competências pessoais, emocionais e relacionais.
Este Workshop será uma primeira experiência a Viajar dentro de si!

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Tristeza, Depressão e Experiência Infantil.


A tristeza é uma reacção normal e saudável a qualquer infortunio.

A maioria, se não todos, dos episódios mais intensos de tristeza é provocada pela perda, ou da previsão da perda, seja de uma pessoa amada, de lugares familiares e queridos, ou de papéis sociais.

Uma pessoa triste sabe quem ( ou o que) perdeu e anseia pelo seu retorno. Além disso, provavelmente buscará ajuda e consolo em algum companheiro em quem confia e, em alguma parte da sua mente acreditará que com o tempo e assistência conseguirá recuperar-se, ainda que apenas em parte.

Ainda assim, por vezes poder-se-a sentir deprimido durante algum tempo. A pessoa mentalmente sadia consegue atravessar fases de depressão e desorganização, delas saindo, depois de um periodo não excessivamente longo, com o comportamento, pensamento e sentimento já em vias de reorganização para interacções de um novo tipo.

O senso de competência e o valor pessoal (auto-estima) permanece intacto e o sujeito prossegue a sua vida.

O que explica então os graus mais ou menos intensos de desespero que são caracteristicos dos disturbios depressivos? e o sentimento de abandono, de rejeição e de desamor experiementados com tanta frequência pelos pacientes ?

Seligman (1973) chama a atenção para as razões pelas quais uma pessoa, tendo sido frequentemente mal sucedida na solução de certos problemas, sente-se desamparada e, mesmo quando enfrenta um problema que tem capacidade de resolver, tende a não fazer qualquer tentativa nesse sentido.


Se tentar, se tiver êxito, ainda assim pode considerar esse êxito como simples sorte. Esse estado de espirito, que Seligman designa como “ desamparo aprendido”, é responsável, segundo ele, pelo desamparo presente nos distúrbios depressivos.

Na maioria das formas dos distúrbios depressivos, inclusive o luto crónico, a principal questão em relação à qual uma pessoa se sente desamparada é na sua capacidade de estabelecer e manter relações afectivas.

O sentimento de desamparo pode, nesse caso, ser atribuído às experiências vivida pela pessoa na sua familia de origem durante a infância e que provavelmente continuam até uma fase adiantada da adolescência. Essas experiências são de três tipos:

1- É provável que a pessoa tenha passado pela experiência amarga de nunca ter estabelecido uma relação estável e segura com os seus pais, apesar de ter feito repetidos esforços para isso, inclusive de se ter esforçado ao máximo para atender as exigências deles e e talvez também as expectativas pouco realistas que tenham formulado a seu respeito. Essas experiências infantis fazem com que a pessoa desenvolva uma acentuada tendência a interpretar qualquer perda que possa sofrer mais tarde como mais um de seus fracassos em estabelecer e manter uma relação afectiva estável.

2- É provável que, muitas vezes, tenham dito à pessoa na sua infância, que ela era indigna de ser amada ( Portaste-te mal, não gosto de ti!), ou incoveniente ( Não aborreças, sai daqui!) ou inconpetente ( Já partiste isso, não tens tacto para nada!). Se passou por essas experiências de forma continuada desde a infância até à adolescencia, poderá ter desenvolvido um modelo de si mesmo de ser uma pessoa indigna de ser amada, indesejada, e de um modelo de figuras de apego ( pais ou substitutos) como sendo inacessíveis, ou rejeitadoras e punitivas. Sempre que uma pessoa assim, sofre uma adversidade, portanto longe de achar que os outros podem ajudá –la, espera deles hostilidade e rejeição. A maioria das pessoas sujeitas a estes modelos deprimem ainda durante a infância e adolescência, são o caso dos meninos “ hiperactivos” ou dos adolescentes com maus resultados escolares e caminhos de delinquência.

3- Num terceiro caso, houve mesmo uma perda real de um dos progenitores ou dos dois durante a infância, acarretando-lhe experiências muito desagradáveis ao nivel da segurança afectiva ( retirada das familias, adopção, entrega a familias de acolhimento, abandono e morte dos pais) quando as figuras substitutas não conseguem ser afectivas e seguras para que a vinculação se estabeleça novamente.

O contacto com experiências do tipo descrito aqui, contribui para explicar o desanimo e desamparo aprendidos da pessoa deprimida.

Só uma nova experiência de vinculação a alguém que seja seguro, poderá ser reparadora.

Essa experiência tem que ser no âmbito do psicoterapia.

O procurar ajuda atempadamente poderá minimizar de imediato um sofrimento inimaginável para as pessoas sadias. Dai a dificuldade da familia em perceber na maioria das vezes os sentimenos e o comportamento das pessoas deprimidas. No caso das crianças e adolescentes, quanto mais cedo iniciar uma psicoterapia, mais probabilidades tem de na adultez vir a ter uma vida normal e sem sofrimento.

No caso dos adultos, ao fim de algumas sessões o alivio dos sintomas tende a instalar-se e as melhorias na qualidade de vida surgem dia a dia.

No entanto nem todas as pessoas deprimidas procuram ajuda, precisamento pelo “ desanimo aprendido”, então se as figuras da sua infância não o souberam amar ( não significa que não tenham amado, foi a leitura que a pessoa fez, mas no entanto por vezes não amaram mesmo), como é que a relação terapeutica pode ser boa e reparadora? Neste caso o papel dos familiares é fundamental. Quando a pessoa precisa de ajuda e resiste a ir a uma consulta, os familiares poderão marcar consulta em conjunto ( pais/ filhos pequenos ou adolescentes, maridos/ esposas, etc), sendo a consulta para a familia e, deixar ao psicoterapeuta a tarefa de “ convencer” a pessoa a iniciar um tratamento.

Volto a referir que os medicamentos antidepressivos só em algumas situações se aplicam e que só a psicoterapia ajuda a resolver o problema.

O que acontece, na maioria das pessoas deprimidas ,são a frequencia de consultas de psiquiatria só com intervenções farmacológicas e um arrastar da doença anos a fio nas mãos de profissionais, ou mal informados, ou a acreditarem que resolvem tudo.

Cabe à familia muitas vezes, encaminhar os doentes incapazes de tomarem uma decisão porque assim o aprenderam quando lhe foi incutido um sentimento de inutilidade e de incapacidade.

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